Televisão

Pai de Henry Borel critica censura ao Linha Direta: “Vítimas anuladas”

Leniel comentou com revolta a decisão de uma juíza que impedia a exibição do programa. Pai da vítima falou ao "Encontro".

No caso do trágico assassinato de Henry Borel, o pai da criança, Leniel Borel, expressou sua indignação com a liminar que tentou impedir a exibição do programa “Linha Direta” sobre o caso. A decisão de censura despertou um debate sobre o tratamento dado às vítimas de crimes no Brasil.

Leniel ficou revoltado quando soube que a exibição do programa havia sido proibida. Em uma entrevista no programa “Encontro”, ele expressou sua frustração com a decisão judicial e a falta de foco nas vítimas. “Daqui a pouco estão esquecendo que existe uma criança assassinada, uma criança morta, e só fica se discutindo o que Jairo [o ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho e acusado de ter matado o menino] e Monique [Medeiros, mãe de Henry e acusada de ter sido cúmplice no crime têm de direitos”, disse.

“Por exemplo, a juíza do caso deu o direito de não transmitir o Linha Direta. Isso é uma censura prévia, que o Brasil inteiro ficou consternado. Nunca antes isso foi visto. Por quê? Por que Jairo tem direito e Monique tem direito? E eu? E o meu filho?”, pontuou.

+ Justiça proíbe Globo de exibir Linha Direta sobre o caso Henry Borel: Entenda a polêmica

Espera do julgamento do caso Henry Borel

Patrícia Poeta destacou que o pai da vítima deve se sentir angustiado, em vista que o julgamento não foi feito ainda. “Não tem nem data ainda. Deve bater uma angústia dessa espera por uma data do julgamento. Deve ser uma angústia também você ver a mãe respondendo em liberdade, trabalhando normalmente… Como é isso pra você? Como isso bate no seu coração?”, questionou.

“Fico consternado com tudo o que estou vendo. Nunca ia imaginar que o STJ [Supremo Tribunal de Justiça] ia soltar a Monique com uma decisão monocrática, uma decisão por ofício de um ministro que disse que nem conhecia do caso. Monique está solta como eu e você, sem nenhuma restrição. Com todas as provas, com tudo o que nós vimos juntos. [Houve] A omissão, a tortura, saber das torturas e nada fazer, com possibilidade de ter participado no ato do filho dela”, acusou ele.

Além disso, Leniel afirmou que tem sido difícil pedir apoio por parte da Justiça, e fez um forte desabafo: “É muito difícil lutar por justiça, provar o óbvio. Está tudo bem demonstrado, a materialidade do caso está lá, muito concreta, e ainda assim você vê uma Justiça pró-réu. É o que existe no Brasil hoje, as vítimas estão sendo anuladas”.

A defesa do ex-vereador havia conseguido uma liminar no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que vetava a exibição do “Linha Direta”, mas a Globo recorreu da decisão e conseguiu reverter. A edição foi ao ar na última quinta-feira (18).

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Leandro Mendonça Cassimiro

Leandro Mendonça é o nosso Editor Chefe. Formado em Administração pela Faculdade Latino Americana de Educação (FLATED). Teve passagem pelo RD1 Audiência e site NaTelinha.

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